Por Thiago Henrique Ferreira /

“Marius Bell em Cartaz”, documentário de George Augusto, narra a trajetória de um artista despercebido das décadas de setenta, oitenta e noventa. Marius Bell era responsável pela arte dos cartazes que chamavam atenção nas frentes dos cinemas do centro histórico de Manaus. Tais obras, vistas por todos, mas não atreladas aos seus autores, ganham espaço e reconhecimento no filme.
O projeto aborda o tema de forma direta, concisa, e se utiliza de técnicas convencionais da linguagem documental. A narrativa é guiada pelo próprio Marius Bell, contando sua trajetória, conquistas e dificuldades, trazendo carga simbólica e emocional à obra, também a deixando única, por conta da riqueza de detalhes e contexto.
A escolha de mostrar os cartazes em tela enquanto o artista narra sua história foi assertiva, expositiva e funciona perfeitamente com as outras escolhas tomadas pelo diretor. Outra boa opção foi mostrar o processo de confecção desses cartazes, a forma como eram feitos pelo artista em seu tempo de atuação, isso instiga o espectador com as técnicas e o processo de tais artes.
Em suma, Marius Bell em Cartaz é um relato saudosista e simbólico sobre a criação de cartazes para o cinema, uma arte quase oculta sendo mostrada em tela, onde cada pincelada transmite a essência de uma história, sendo que cada detalhe é uma expressão de carinho pelo cinema, não se tratando apenas de cartazes, mas portas para novos mundos e experiências.
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