Crítica do Filme Apoptosis

Por Daniel Clemente /

O curta de animação Apoptosis é uma obra de ficção científica que nos faz refletir sobre a fragilidade da vida e a solidão da existência. Com uma ilustração impressionante, que mistura realismo e surrealismo, o curta nos transporta para um cenário de futuro apocalíptico, onde a natureza está morta e a civilização está em ruínas. Acompanhamos a rotina de Deni e Alain, um casal que vive em uma espécie de casa/bunker protegido da contaminação externa de uma doença que está exterminando a humanidade. O ciclo de suas vidas é alterado após a contaminação da parceira de Deni. Elas sabem que não há esperança de salvação, mas ainda assim tenta manter a sanidade e a humanidade a espera do fim.

O pessimismo com o fim do mundo é um pensamento recorrente do ser humano. Inspirado em um poema de 1912 de Thomas Bailey Aldrich, e em tempos pós-Covid, Apoptosis consegue facilmente transportar os espectadores para a diegese do filme. A narrativa é carregada de emoção e poesia, criando um contraste entre a beleza da melodia e a feiura da realidade. O curta também faz uso de simbolismos e metáforas, como a borboleta que representa a vida e a transformação.

O traço das ilustrações presenteia o espectador com belas cenas, porém o ritmo lento da animação deixa os momentos de ambientação um pouco tediosos. Há de se destacar que todo o processo de produção foi realizado unicamente por Brenda Bastos, provando com maestria a sua capacidade em fazer uma animação sem a necessidade de uma grande equipe.

O curta de animação Apoptosis é uma obra que nos emociona e nos faz pensar sobre o valor da vida e o sentido da existência. É uma obra que nos mostra que, mesmo diante do caos e da morte, o poder do tempo reina sobre tudo aquilo que vivenciamos no presente. Apoptosis é um curta que merece ser visto e apreciado por todos os amantes da ficção científica e da animação.


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