Crítica do filme Busco-me

Por Lyandra Farias /

“Busco-me”, um curta-metragem dirigido e produzido por Felipe Chiaretti, Maria Camila Ortiz, Santiago Mendez e Suelen Rodrigues — alunos da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) —, conta a história de Luiza, uma senhora com os primeiros sintomas do Alzheimer, buscando guardar suas memórias através da escrita de textos em um terminal de ônibus.

O drama demonstra um cuidado e sensibilidade, situando o público sobre o tema proposto logo nas primeiras cenas, em que vemos inserts de post-its com anotações de cada objeto, até mesmo o nome de sua neta, algo que, ao meu ver, trouxe um peso ainda maior para a cena, sendo uma forma de lembrete para a protagonista. Além disso, é interessante o modo como a trama desenvolve o tema através das cores, o azul e o verde principalmente. O azul remete muito à água do rio em que contém as principais memórias de Luiza e Nina; já o verde surge em imagens de floresta. Ambas as cores trazem a calmaria, imprevisibilidade, solidão, entre outras coisas para a história, sendo mostradas também no figurino das personagens e nos ambientes por meio da iluminação e objetos de cena. Vemos os tons mais quentes nas cenas mais atuais e tons mais frios nas cenas de lapsos de memórias. Em conjunto, a trilha sonora traz um contraste de leveza, calmaria e transmite um sentimento de um personagem que se esforça para não esquecer o melhor de si, algo que me fez perceber a escolha do título, o fio invisível — seus textos e histórias — em que a personagem se agarra para lembrar.

Ao assisti-lo pela primeira vez, sem ler a sua sinopse, senti que o tempo do filme era um tanto demorado, porém ao revê-lo entendi as nuances e detalhes dispostos na tela, de forma que cada detalhe contribuiu para sua formação.

Para concluir, os alunos trazem um tema muito interessante e atual de uma forma delicada e sensível, que nos leva a refletir e talvez compreender um pouco mais sobre o assunto, que vem sendo pouco abordado nas obras audiovisuais.


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